O Juiz Federal de Naviraí, Ricardo William Carvalho dos Santos, sentenciou na data de 21.02.2020 mais um processo envolvendo a Organização Criminosa denominada “Máfia do Cigarro”.
Na sentença, foram condenados os Líderes do Grupo Criminoso, os réus Ângelo Guimarães Ballerini e Valdenir Pereira dos Santos, pelo crime de contrabando de cigarros (artigo 334-A, do Código Penal), por 14 vezes, em concurso material, à pena de 50 anos e 02 meses de reclusão, em regime fechado, além da condenação, pela prática de crime contra as telecomunicações (art. 70, da Lei 4.117/62), à pena de 01 ano e 04 meses de detenção, em regime semiaberto, a ser iniciada após o cumprimento da fração pertinente ao regime fechado decorrente da condenação pelo crime de contrabando.
Em agosto do ano passado (08.08.2019), a Polícia Federal deflagrou a denominada Operação Teçá, após o deferimento pelo magistrado, Dr. Ricardo William Carvalho dos Santos, da 1ª Vara Federal de Naviraí/MS, da expedição de 40 mandados de prisão preventiva e mais de 30 mandados de busca e apreensão. Um PRF também foi preso na oportunidade, suspeito de facilitar a passagem de carga de cigarros da referida Organização Criminosa.
No Estado, mandados foram cumpridos em Eldorado, Mundo Novo, Japorã, Amambai, Iguatemi, São Gabriel do Oeste e Rio Brilhante. O restante teve alvos em Maringá e Umuarama, no interior do Paraná, e em Mossoró (RN).
As investigações que começaram em 2018 apontaram que a quadrilha tem núcleo no Estado e enviava contrabando, principalmente de cigarros fabricados no Paraguai, para outras localidades do País.
De acordo com a Polícia Federal, durante as apurações, foram apreendidos R$ 144 milhões em contrabando, 155 veículos usados para transportar os cigarros ilegais e 75 pessoas foram presas.
A maior apreensão feita foi em Ivinhema, em junho de 2018, quando 11 carretas carregadas de cigarros foram apreendidas, tendo sido presos 09 motoristas em flagrante. Contabilizou-se, na ocasião, 1 milhão de maços de cigarros, avaliados, juntamente dos veículos apreendidos, em R$ 10 milhões.
Teçá, em guarani, quer dizer “estado de atenção”, uma referência à rede de olheiros e batedores que integravam o esquema investigado.
Autos Nº 5000703-78.2019.4.03.6006